terça-feira, 19 de abril de 2011

SE NÃO STING...

"Não sei viver sem meu preto estimulante", quando ouvi pela primeira vez essa frase acreditei que se tratava de um amor incondicional,
logo percebi que não estava errado e hoje também sou viciado em café.

Pois numa manhã quente ou fria ele nos habilita a sermos mais "ligados".
Do tempo que era chamado de Moca (primeiro nome dado ao café), até hoje, o café faz parte da mesa ou do balcão de todos os lares e padarias do mundo.
Poucos grãos tem o status que o café tem, não seria só pelo hábito de tomar um café amargo toda a manhã, mas principalmente pelo que ele causa em nossos cérebros, nos fazendo pensar e pensar e pensar...
Hoje cedo acordei, como de costume, e fiz um café, enquanto tomava, antes de ir ao banheiro, li o jornal. Estava estampado na capa, "Brasileiros fumam menos, bebem mais e estão mais gordos." Ora, isso todo mundo sabe!

Logo depois, outra manchete: "Criada rede nacional para o desarmamento" isso é palhaçada, mas vá lá. "Escola supera massacre", isso ainda vende alguns jornais?
Natural tomar meu café da manhã, preto, sem açúcar, o amargo me ativa e me mobiliza, não sei explicar a cafeína, mas sei que ela estimula o pensamento. Já era assim nos "Coffes" da França (Luís XIV da França ganhou um pé de presente), onde os intelectuais se reuniam para tomar café e mostrar suas qualidades de pensadores.

O ato de pensar já matou muita gente, principalmente pessoas que pensavam que poderiam fazer coisas que só estimulantes te fazem acreditar ser possível.
Mas tem coisas que precisam ser estimuladas quase que diariamente.Coisas como um fato que passou desapercebido pelo Correio do Povo hoje, até o Juremir esqueceu disso! Talvez a importância do dia de hoje reflita o que nós pensamos, dia 19 de abril, dia do Índio, não o zagueiro em final de carreira, mas o povo em final de existência.
Sim, estou falando daqueles que ficam no Bric da Redenção vendendo bichinhos de madeira ou aqueles que ficam no centro tocando as cordas do violão para dar ritmos ao que meia dúzia de crianças mal arrumadas ficam cantando.
Lembrou agora o que são os índios?
Natural que tenha esquecido. Nós lembrávamos deles no dia de hoje ou quando víamos um filme de cowboy, mas nem assim tu lembra? Talvez eles já não tenham mais importância para a nossa civilização destruidora de planeta, uma pena. Sei que estou longe de ter a dignidade ou a genialidade de um índio, tive um único amigo que era índio e mesmo assim ele morreu há muitos anos, vítima de uma overdose de cocaína.
Mas uma vez o homem branco conseguiu, afinal de contas em tempos que se conversa sobre o aquecimento global, sustentabilidade, reciclagem, ninguém melhor que "homem branco" para falar disso, não, afinal de contas ele que deixou o mundo assim. Tenho um amigo o Jean Schwarz que fez um trabalho lindo com a população indígena, mas isso quem quer saber, afinal hoje é aniversário do rei...
Sei que ninguém vai parar e dar uma flor para um índio hoje, talvez alguém dê algumas moedas, mas não é disso que ele precisa, nem das palavras de "feliz dia do índio", pois a maioria deles não está em redes sociais, mas quem sabe depois de tomar um café preto, forte e amargo a gente não aproveita os efeitos estimulantes do café e paremos pra pensar um pouco em quem realmente é o dono desta terra.
Para terminar minha cobrança diária, a sociedade moderna gostaria de reproduzir uma frase que veio depois do Juruna, sabe quem é? Mário Juruna foi o primeiro deputado indígena que o Brasil conheceu, não demorou muito e ele virou branco, mas isso é outro assunto, a frase é do falecido Casseta e Planeta: " Os índios tem que se RAONI, se não STING."
Bom dia a todos, principalmente aos Índios, eles mais uma vez, vão precisar!

Um comentário:

  1. Afudeire du cocar a coça no "aniversário do rei" e as lides matutinas da matuteação toda. Tô nuns mates e escandalizado com o título do blogue que a máquina ameaçava bloquear, mais surpreso no bom sentido com as manhas das chamadas e essa coluna... que venham as próximas, abçs

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